sábado, 27 de novembro de 2010

escrito XIX

faltas-me

Sento-me todos dias no banco onde te sentavas
Por baixo da árvore do jardim ...
O vento dança como sempre dançou,
As folhas caem como sempre caíram;
O sol abraça-me como sempre abraçou,

A chuva beija-me como sempre beijou;

As sombras cobrem-me como sempre o fizeram,

O teu mundo abarca-me como nunca me abarcou!

A tua alma falta-me como nunca faltou;

Agora só o deambular ébrio deste olhar
Em movimentos excêntricos,
Me aprisiona neste banco de madeira;

Esse espírito promulgador da escuridão

Que vagueia por orbes da penumbra

E que ainda hoje me sustenta a dor,

Me arrefece a alma,

Me intoxica com substancias pútridas ...

Tudo neste banco onde sempre te sentavas

Por baixo da árvore do jardim ...
Estou eu e esta dolorosa saudade!



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